Resumo: Protocolos Distance-vector

Nesta página, procurei resumir o que há de mais importante nos conceitos dos principais protocolos de roteamento por vetor de distância: RIP, IGRP e EIGRP. Servirá de introdução às atividades práticas.

Autor: Thiago José Lucas. Escrito em Abril de 2017. Última revisão em Maio de 2017. Dúvidas ou erros: thiago<at>fatecourinhos.edu.br

RIP - ROUTING INFORMATION PROTOCOL - (AD 120)

O protocolo de roteamento dinâmico “RIP” pode ser considerado o mais simples dos protocolos que trabalham com algoritmo de vetor de distância. RIP é simples de configurar, leve para a rede e facilitador no debug de eventuais problemas. Porém, justamente pela sua simplicidade, traz consigo desvantagens consideráveis, tais como tempo alto para convergência e é limitado em relação ao tamanho da rede (suporta no máximo 15 hops e cada anúncio de rotas pode enviar no máximo 25 rotas).

Diferenças entre versões

RIP possui duas versões: 1 e 2. As documentações as denominam “RIPv1” e “RIPv2”, nesta ordem. As diferenças são significativas entre as versões. RIPv1 é classful, ou seja, não suporta VLSM (Variable-length Subnet Mask); RIPv1 não autentica os roteadores com os quais se comunica; RIPv1 envia suas atualizações em mensagens broadcast; Nestas mesmas linhas de comparação, RIPv2 suporta VLSM, autentica roteadores diretamente conectados e envia suas atualizações em mensagens multicast.

* Redes descontíguas não convergem com RIPv1

* As tabelas de roteamento são enviadas mesmo que não ocorram alterações na rede;

* RIP também faz atualizações disparadas;

* RIP pode fazer balanceamento de carga por custos iguais (até 6). O padrão é 4.

* RIP = UDP/520

* É possível propagar outras rotas via RIP (default-information originate)

* RIP sumariza automaticamente

Temporizadores RIP

RIP implementa 4 temporizadores. Estes são usados no processo de comunicação entre os roteadores que utilizam RIP como protocolo dinâmico de roteamento:

* UPDATE: Padrão – 30 segundos. Intervalo de tempo para o envio da tabela de roteamento. IOS implementa a subtração de até 5 segundos nesse tempo por meio da variável aleatória RIP_JITTER para evitar atualizações sincronizadas.

* HOLDDOWN: Padrão – 60 segundos. Tempo estipulado para que um roteador não aceite UPDATEs de rotas consideradas unreachable. Um UPDATE só será aceito caso possua custo menor. Esse temporizador é usado para evitar loops de roteamento.

* INVALID: Padrão – 180 segundos. Caso um roteador não receba “UPDATES” para determinada rota durante os 180 segundos, essa rota é colocada como “INVALID” (custo 16) na tabela de roteamento.

* FLUSH: Padrão – 240 segundos. Tempo aguardado pelo roteador até apagar uma rota que esteja com status “INVALID”.

Eliminação de Loop’s de Roteamento no RIP

RIP implementa CINCO técnicas para eliminar loops de roteamento, split-horizon, poison-reverse, holddown, triggered updates e métrica máxima (16)

1. SPLIT-HORIZON

2. POISON-REVERSE

3. HOLDOWN

4. TRIGGERED-UPDATES

5. MÉTRICA MÁXIMA

Split-horizon

É um princípio adotado pelos roteadores que não permite que um roteador “x” envie informações sobre uma rota para um roteador “y” que já tenha enviado informações sobre a mesma. Ou seja, se “x” recebeu de “y” uma rota para 10.0.0.0/8 passando por “y”, “x” não pode informar a “y” que possui também uma rota para 10.0.0.0/8

Poison-reverse

Quando determinada rota fica indisponível, o roteador a envenena, colocando custo 16 para esta rota. Após envenená-la, envia a tabela de rotas aos vizinhos. Os vizinhos, ao receberem a tabela com a rota envenenada, enviam de volta uma atualização informando que a rede está inalcançável. Desta forma, o roteador que enviou a primeira atualização não ficará sujeito a receber dos demais roteadores outras rotas para o mesmo destino, evitando loops.

* Surgiu antes do “split-horizon”, por isso a necessidade da confirmação de recebimento da rota inalcançável.

Holddown

Impede que um roteador que tenha recebido um evento de link-down para uma rota aceite atualizações para essa rede provenientes de outros roteadores por um intervalo de tempo pré-determinado. Isso pode causar lentidão na convergência, pois pode existir uma rota alternativa na rede, e o roteador deverá esperar o temporizador zerar para rotear pela rota alternativa.

Métrica Máxima (maximum hop count)

O algoritmo estipula até quantos saltos ele pode trabalhar. RIP utiliza o contagem máxima de 15 saltos . No RIP, 16 == Incalcançável.

Triggered Updates

O roteador envia sua tabela de rotas logo após um evento de link-down. Esse mecanismo já resolveria o problema exposto na aula 5, slide 25. O ideal é que seja utilizada juntamente com holddown timers e route poisoning (poison-reverse).

IGRP – INTERIOR GATEWAY ROUTING PROTOCOL - (AD 100)

IGRP é um protocolo obsoleto, proprietário da Cisco. Principais características:

* As métricas são: largura de banda, atraso, carga e confiabilidade;

* Intervalo de 90 segundos para as atualizações;

* IGRP é antecessor do EIGRP

EIGRP – ENHANCED IGRP (AD 170)

EIGRP é o sucessor do IGRP. Proprietário da Cisco. Principais características:

* Pode fazer balanceamento de carga por custo desigual;

* Uso o algoritmo DUAL para calcular o caminho mais curto;

* Largura de banda e atraso são as métricas

* Não faz atualizações periódicas. Envia os updates somente quando ocorrem alterações na rede. Só envia as alterações e somente para quem precisa.

* Estabelece adjacências e possui uma visão geral da rede, assim como o OSPF

* Envia “rotas de backup” para caminhos alternativos